segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Importância e área de atuação da Pedagogia



A sociedade contemporânea tem sido assinalada por rápidas modificações de desempenho, que se refletem claramente na área educacional. Para acompanhar essas alterações, governos e educadores se empenham numa fundamentada reconstrução sobre a concepção de educadores. Através desse contorno contemporâneo dado à educação e às sucessivas mudanças em seu conceito, deixa de ser reservada a atuação de ensino-aprendizagem somente em espaços escolares formais, esse procedimento atravessa os muros da escola, para diferentes e diversos setores como: ONGs, família, trabalho, lazer, igreja, sindicatos, clubes, etc. Faculta-se atualmente devido às mudanças ocorridas um novo cenário para a educação, dando uma cartografia significante à educação não formal. 

O pedagogo, na sociedade em que vivemos passa a atuar como educador social em empresas, hospitais, ONGs, associações, igrejas, eventos, emissoras de transmissão (rádio e Tv), formando atualmente, um novo panorama de ação deste profissional, que ao atravessar a divisória da escola, invalida preconceitos e idéias de que o pedagogo está apto para exercer suas funções apenas na sala de aula. Nos dias atuais o lema é de que onde houver uma prática educativa, se instala uma ação pedagógica. O processo de ensino-aprendizagem é vivenciado não somente dentro da escola, mas é uma ação que acontece em todo e qualquer setor da sociedade, que se caracteriza como a sociedade do conhecimento, porque a educação formal e a não formal caminham paralelamente e tornam a educação o principal instrumento contra a desigualdade social. 

Pedagogia se refere à arte, ciência e profissão de ensinar. O curso de Pedagogia tem sua origem vinculada à Faculdade Nacional de Filosofia, Ciências e Letras e à de Educação, criada em 1937. A licenciatura em Pedagogia, nos termos das diretrizes curriculares nacionais, assegura a formação de profissionais da educação prevista no art. 64 da Lei nº 9394/96 que diz:A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. Ao mesmo tempo em que forma professores, a Pedagogia prepara pessoas capazes de compreender e colaborar para a melhoria da qualidade em que se desenvolve a educação na realidade brasileira, envolvidos e compromissados com uma formação da ideia de transformação social. 

O curso de licenciatura em Pedagogia terá carga horária mínima de 3.200 horas de efetivo trabalho acadêmico. Assim, o curso de graduação em Pedagogia oferece ao pedagogo uma formação integrada para exercer a docência nas séries iniciais no Ensino Fundamental, na Educação Infantil e nas disciplinas pedagógicas dos cursos de formação de professores e também para atuar na gestão dos processos educativos escolares e não-escolares bem como na produção e difusão do conhecimento do campo educacional. 

As atividades docentes também abrangem a participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, no planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não-escolares; produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não-escolares. 

Fontes consultadas: DCN da Pedagogia 

Amélia Hamze 
Fonte: http://educador.brasilescola.com/gestao-educacional/importancia-area-atuacao-pedagogia.htm

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

10 dicas para o professor do século XXI


1. Pratique a pedagogia do exemplo, em que sua vida e seu trabalho tenham significação para si mesmo e para os outros em seu entorno, e, em especial, os alunos;


2. Valorize seu trabalho e, acima de tudo, o conhecimento prévio de seu aluno;

3. Avalie o aluno, a turma, mas também se auto-avalie sempre, de forma quantitativa, mas acima de tudo qualitativa;

4. Respeite as diferenças entre os alunos, os colegas de trabalho, os vizinhos, amigos e familiares, afinal, se nem gêmeos são idênticos, a aprendizagem também não o é;

5. Permita-se de vez em quando quebrar as regras, flexibilizando-se e flexibilizando seus projetos de trabalho e de vida (em que o primeiro seja a extensão do segundo), e lembre-se que, por melhor que seja um projeto, na prática nem sempre funciona;

6. Busque objetivos possíveis de serem atingidos, sempre usando o bom senso e respeitando a diversidade e a adversidade do meio;

7. Relacione-se com toda a turma de forma igual, usando o mesmo critério, sem preferências por A, B ou C, e, acima de tudo: se errar erre com todos, e se acertar, que seja também com o grupo, sem exceções;

8. Compartilhe seu conhecimento com os colegas trabalhando de forma cooperativa.  Divulgue o que dá certo, comente o que pode ser mudado, sem culpas nem medos, e de forma consciente;

9. Mantenha seu espírito jovem e para isso, se atualize constantemente, não precisando fazer curso a distância, pós-graduação, etc., mas faça coisas simples também, como sentar com seus alunos e ver o que eles sabem sobre aquele assunto (informática, literatura, sexo, drogas e etc.);

10. E, por fim, mais do que tudo, sob pressão, respire fundo e conte até 10, se não der, então, até 100, e tente manter-se calmo e tranquilo, para não descarregar em quem não deve, suas frustrações e indignações (válidas ou não), bastando usar o bom humor para aliviar a tensão, pois quando vemos os olhos dos alunos brilhando ao passar um certo conteúdo é sinal de que nosso trabalho encontrou o eco esperado e o significado além de nós mesmos.

Fonte: http://educacaodevalor.blogspot.com.br/p/meus-artigos.html 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Como cinco cidades brasileiras oferecem educação de qualidade em todas as escolas da rede pública



Os caminhos são particulares de cada localidade, mas é possível identificar características ou estratégias comuns. Confira quais são

CAMILA GUIMARÃES, COM DÉBORA RUBIN, DE SERTÃOZINHO, E FABIULA WURMEISTER, DE FOZ DO IGUAÇUharein
A mãe de Pedro Velena, de 10 anos, esperou dois anos por uma vaga na escola que ela considera a melhor da cidade. Sertãozinho, no interior de São Paulo, tem 17 escolas do 1o ao 5o ano. A mais famosa delas é a Professor José Negri, de onde saem medalhistas em olimpíadas de matemática, física e astronomia. Desde 2006, foram 87. Para Pedro, que diz adorar aulas de matemática e que quer ser engenheiro civil quando crescer, a escolha de sua mãe pela José Negri foi natural.  
IGUALDADE Pedro Velena em sua sala de aula, na escola José Negri, de Sertãozinho, São Paulo. Ele tem condições de aprender em qualquer escola da cidade  Fontes: Município e Inep/Mec  (Foto:  São Paulo)
“Minha mãe é muito exigente. Nove e meio para ela é pouco”, diz Pedro. Se ele tivesse sido matriculado em qualquer uma das outras escolas da cidade, também teria boas chances de tirar notas altas. Mais importante que isso: teria garantido seu direito de aprender.
Sertãozinho faz parte de um seleto grupo de cidades brasileiras que conseguem oferecereducação pública de qualidade com equidade entre as escolas. A distância entre a melhor e a pior escola nesses municípios é pequena. Mesmo a pior escola ensina, no mínimo, as habilidades básicas de português e matemática para os primeiros anos do ensino fundamental. Essa característica garante um dos princípios essenciais de uma sociedade civilizada, onde todos recebem oportunidades para aproveitar seus talentos individuais e se desenvolver.
>> Educação: estudo reforça a ideia de que a repetência prejudica o aluno 

A pedido de ÉPOCA, Ernesto Martins, coordenador de projetos da Fundação Lemann, analisou os resultados da Prova Brasil de 2011, que avalia as habilidades e competências em português e matemática. Ele considerou o desempenho dos alunos do 1º ao 5º ano, séries quase totalmente de responsabilidade municipal. Usou como referência do nível de aprendizado básico os critérios elaborados pelo movimento Todos Pela Educação. Apenas cinco, num total de 929 cidades, têm 100% das escolas com nota média igual ou superior à recomendada. São elas: Sertãozinho e Lençóis Paulista, ambas em São Paulo, Foz do Iguaçu, no Paraná, São Lourenço, em Minas Gerais, e Sobral, no Ceará. O mesmo estudo foi feito para os resultados do 9º ano, o último do ensino fundamental. Nenhum município (nem os cinco acima) conseguiu garantir médias ideais para todas as escolas.
RECUPERAÇÃO Vanessa Lopes e a professora Miriam,  de São Lourenço, Minas Gerais. A aluna recebe aulas extras para manter o mesmo nível de aprendizado de sua turma  (Foto: Fontes: Município e Inep/Mec)
O indicador mais importante de qualidade de uma rede pública é os alunos terminarem a escola sabendo o que deveriam. Isso é raro no Brasil. Um estudo da Unesco com a Universidade Federal de Minas Gerais mostrou que, em 2009, 22% dos alunos das escolas públicas do Brasil concluíram o ensino fundamental sem habilidades básicas de leitura. E 39% sem conhecimentos essenciais de matemática.
É verdade que o país avançou. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que desde 2005 avalia o ensino público, mostra alguma melhora na média nacional. Ele é calculado levando em conta as médias da Prova Brasil e a taxa de aprovação dos alunos. Por trás dessa aparente melhora, porém, persiste uma grande disparidade regional, mesmo dentro dos municípios. Tão importante quanto conseguir uma boa média nacional é ensinar habilidades de leitura e matemática a todos os alunos, sem se importar com seu perfil socioeconômico. “Não existe qualidade sem equidade”, afirma Priscila Cruz, diretora executiva do Todos Pela Educação.
Garantir esse padrão mínimo de qualidade não é fácil. Basta olhar os resultados do Ideb. Alguns exemplos: a média do Ideb (do 5º ano) do Estado mais bem colocado, Minas Gerais, é 5,8 (a escala é de 0 a 10). A do pior, Alagoas, é 3,5. Entre municípios, a disparidade é ainda maior. Claraval, em Minas, tirou 8,3. Monteirópolis, em Alagoas, 2,5. “A equidade é hoje o maior desafio da educação brasileira”, diz Cleuza Repulho, presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação. “Para os municípios, é um esforço gigantesco.”
As cinco cidades que conseguiram esse padrão de qualidade para todos oferecem boas lições para o país. Os caminhos são particulares de cada localidade, mas é possível identificar características ou estratégias comuns:
EQUIPE Leda Dal Gin e  Maria Isabel Vieira, professoras em  Foz do Iguaçu, Paraná. Elas dividem a  turma para observar melhor as dificuldades dos alunos  (Foto: Christian Rizzzi/ÉPOCA)
1. Manter a política longe da sala de aulaHá uma condição comum a esses cinco municípios, um item fundamental para que as reformas escolares se tornem viáveis: continuidade na política de educação. Como, nessa área, os resultados demoram anos para aparecer, é preciso tempo para identificar as falhas e corrigi-las. A mudança no comando municipal é mais rápida e, muitas vezes, interrompe a melhora. É a velha história: muda o prefeito, muda o secretário, muda a ideo¬logia, e o que foi feito pelos anteriores é desfeito para começar tudo do zero. É comum isso acontecer até mesmo entre executivos do mesmo partido. Nesse vaivém dos gabinetes, os mais prejudicados são os alunos. 
Em Sertãozinho, a secretária Maria Dirma Francisco, no cargo desde 2001, passou por dois prefeitos em três mandatos. O atual, do PPS, ao perceber que o trabalho feito pela equipe de Dirma dava resultado, continuou o projeto do prefeito anterior, do PSDB (ambos são rivais nestas eleições). “Ele confiou na equipe e deu liberdade para a gente trabalhar”, diz ela. Também com 12 anos de atividade, a reforma de Sobral resistiu a três prefeitos e quatro secretários, ainda que do mesmo grupo político, o PSB. Em Lençóis Paulista, a atual prefeita, em seu primeiro mandato, foi secretária municipal entre 2005 e 2009. 
>> Zoara Failla: “Se o professor não é leitor, não consegue transmitir o prazer pela leitura” 

Quando a política partidária respeita as necessidades da sala de aula, a solução começa com as indicações para cargo de diretor de escola. O diretor é figura-chave para que todo o plano das secretarias funcione. Uma das primeiras medidas tomadas por Margarida de Luca Alves quando assumiu a Secretaria de São Lourenço, em 2009, foi determinar que os diretores passassem a ser escolhidos pelos integrantes da própria escola. “Fiquei assustada com a falta de critérios das escolhas”, afirma ela. Em Sobral, os diretores passaram a ser selecionados por mérito também logo no começo das mudanças, em 2001. Quem já era diretor teve de passar pela mesma seleção: uma prova escrita, avaliações comportamentais e entrevistas. Resultado: a rede trocou 75% do total de seus diretores naquele ano – e passou a cobrar mais deles a responsabilidade pela eficácia do ensino em suas escolas. 

 
2. Avaliar sempre e estabelecer metas 
Os planos de gestão da educação das cinco cidades campeãs de qualidade têm um único objetivo: todos os alunos precisam aprender, não importa sua classe social. Para saber se o plano está dando certo, é preciso acompanhar o desempenho de cada um dos estudantes. As avaliações sistemáticas são adotadas sem receio. As escolas das redes municipais participam das avaliações federais, como o Ideb, das estaduais e ainda têm uma avaliação própria, uma prova aplicada a todos os alunos, de todas as séries dos primeiros anos do ensino fundamental, no mínimo duas vezes por ano.

Como as avaliações são abrangentes e frequentes, seus resultados também servem para mapear os alunos mais atrasados e como eles evoluem ao longo do tempo. A partir daí – e essa é uma estratégia adotada por todas as escolas de todas as cinco redes –, a recuperação é feita, aluno por aluno, imediatamente. Ninguém espera chegar o final do ano para recuperar o deficit de aprendizagem de uma criança. “É importante que o município olhe com atenção especial para suas piores notas. É aí que ele precisará trabalhar com mais esforço”, afirma Romualdo Portela, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), especialista em políticas públicas de ensino.
>> Quase 300 mil crianças de 6 a 14 anos nunca frequentaram a escola 

Em São Lourenço, os alunos são avaliados três vezes por ano. Existe uma categoria de professor exclusiva para cuidar dos estudantes com dificuldades. O professor recuperador trabalha o ano inteiro com o professor regular, no mesmo turno ou no contraturno, sob demanda. “Ensino o que o professor principal pede”, diz Miriam de Almeida Mota Silva, professora recuperadora da escola Coronel Manoel Dias Ferraz, na periferia da cidade. Miriam é a responsável pela recuperação de Vanessa Lopes Silva, de 10 anos. Ela deveria estar no 6o ano, mas ainda cursa o 4o. Sua principal dificuldade era entender os textos que lê. Com as aulas de Miriam, a menina começa a ganhar mais fluência. “Com ela, consigo aprender o que não entendi na sala de aula”, diz Vanessa.
>> Como detectar transtornos de aprendizagem 

Outro resultado das avaliações é o estabelecimento de metas. Cumprir os objetivos, nesses municípios, é uma obsessão. Em Lençóis Paulista, toda a rede trabalha com metas, do pessoal da cozinha aos alunos. Isso foi determinado em 2005, quando a atual prefeita era secretária de Educação e criou o plano de gestão das escolas. Metas individuais são estabelecidas de acordo com as da escola e da rede. O diagnóstico vem da avaliação municipal, uma prova aplicada em todas as séries do ensino fundamental, três vezes por ano.

Depois de 23 anos de magistério, a professora Fátima Cardim começou a trabalhar com metas. Sua missão neste ano é ensinar textos de diversos gêneros, como fábulas, cartas ou receitas. Os alunos e pais foram informados em março de que precisavam melhorar nesse quesito. A meta dela é ter 100% de sua classe com a habilidade. Na avaliação de março, foi detectado que 18 dos 20 estudantes não dominam os gêneros de escrita. Na segunda avaliação, feita em julho, apenas um aluno continuava com dificuldade. “O bom disso é que todas as pessoas estão envolvidas num único objetivo. Antes, meu trabalho era solitário.”
MOTIVAÇÃO A professora Fátima Cardim, de Lençóis Paulista, São  Paulo. Ela e seus alunos têm metas  (Foto: Jarbas Oliveira/Parceiro/Ag. O Globo)

 3. Políticas sob medida para cada escola
Com os resultados das avaliações, é possível enxergar que escolas apresentam problemas específicos e criar, a partir daí, políticas sob medida. Essa é uma das principais estratégias para garantir a equidade. Há cinco anos, Foz do Iguaçu tinha altas taxas de abandono e reprovação, infladas por determinado grupo de escolas. Localizadas em bairros próximos da margem do Rio Paraná e da Ponte Internacional da Amizade, entre Foz e Ciudad del Este, no Paraguai, essas escolas perdiam seus alunos para quadrilhas de contrabandistas, que aliciam famílias inteiras para fazer a passagem de mercadorias ilegais entre um país e outro.

A partir daí, a secretária Joane Vilela, no cargo desde 2008, criou uma equipe formada por assistentes sociais e psicólogos, que trabalham com as crianças e suas s
famílias. Ao mesmo tempo, Foz do Iguaçu adotou um programa estadual em que cada escola preenche uma ficha com informações sobre os alunos que sumiram das aulas. Essas fichas os tornam visíveis, e a equipe pode atuar com mais eficácia e acompanhar caso a caso. Com um apoio extra da prefeitura, escolas velhas foram reformadas. Foi também criado um período para receber alunos que precisam realizar atividades fora do horário escolar, o contraturno. A taxa de abandono da rede caiu de 7%, em 2008, para zero, em 2011.

O rendimento dos alunos melhorou. Na Escola Municipal Pedro Viriato Parigot de Souza, numa área onde atuam tanto quadrilhas de contrabandistas como traficantes de drogas, o Ideb passou de 4,2, em 2005, para 7,3, no ano passado. A Escola Municipal Elenice Milhorança, no Jardim América, um dos bairros vizinhos à região da Ponte da Amizade, saiu de 4,1 e chegou a 7 no mesmo período. A estratégia de montar um plano para as escolas mais críticas ajudou a puxar para cima a média de todo o município. Em 2005, o Ideb de Foz do Iguaçu foi de 4,2. A escola com a maior nota tirou 5,3. Em 2011, Foz ficou com 7, e a escola com maior nota tirou 8,6 – a melhor do país.
Tão importante quanto conseguir uma boa média nacional é ensinar o básico a todos 
4. Valorização do professor
Gestão, avaliação, metas, recuperação. Nada disso funciona se, dentro da sala de aula, o professor não está apto e estimulado a ensinar. Ao mesmo tempo que promoviam as mudanças, todos os cinco municípios investiram na remuneração e formação dos mestres. Na remuneração, prevalece a bonificação de acordo com o resultado do desempenho dos alunos. Sobral paga R$ 250 a mais por turma que atinge a meta. Se o professor tem duas turmas, ganha R$ 500. Em São Lourenço, um comitê avalia o professor levando em conta a frequência e a didática em sala de aula. Se ele tira nota igual ou maior que 7, ganha um bônus que pode chegar a 50% do salário. Sertãozinho paga 14o salário para os que têm alta frequência.

A formação dos professores é o fator que mais demanda atenção. Sobral criou uma estrutura em que todo professor do 1o ao 5o ano assiste a aulas sobre como usar o material didático daquele mês. Antes de entrar em sala de aula, eles ainda discutem com os orientadores pedagógicos. Com planos de aula afinados, o aproveitamento do tempo em sala melhorou. Antes, o professor chegava atrasado, gastava tempo organizando a turma ou dispensava os alunos mais cedo, por falta de ideias de atividades. As aulas, que duravam, na prática, duas horas, agora rendem quatro horas, segundo o secretário Julio Alexandre.
Em Sertãozinho, foi criado um cargo novo: assistente pedagógico, para cuidar do aprimoramento dos docentes. Eles saem da cidade em busca de cursos oferecidos por universidades para aprender técnicas didáticas usadas nas aulas. Quando voltam, transmitem o que aprenderam aos coordenadores pedagógicos de cada escola. E estes ensinam aos professores. “Antes de fazer o aluno gostar da escola, tive de fazer o professor gostar de dar aula”, diz a secretária Maria Dirma.

Com professores bem treinados, essas redes conseguem dar certa autonomia à prática em sala de aula. Os mestres precisam trabalhar com o material didático escolhido pela rede, em muitos casos, desenvolvem técnicas próprias de ensino. Em Foz do Iguaçu, as professoras Leda Márcia Dal Gin e Maria Isabel Gomes Vieira tomaram a iniciativa de dividir a mesma classe, de 5o ano. Uma ficou com as aulas de português e ciências. A outra, com matemática, geografia e história. “Várias vezes, conversando, percebíamos que tínhamos notado algum problema com um ou outro aluno. Ele não receberia a atenção necessária se uma não tivesse comentado com a outra”, diz Leda.
EFICIÊNCIA  A professora Camila do Monte e sua turma em escola de Sobral, Ceará. Ela é treinada uma vez por mês para criar planos de aula eficientes  (Foto: Marcelo Min/Fotogarrafa/ÉPOCA )
O sucesso desses cinco municípios é, em parte, possível porque eles tinham condições especiais para isso. Trata-se de redes pequenas, com no máximo 51 escolas de anos iniciais. O secretário de Educação e os supervisores conseguem acompanhar pessoalmente as escolas, para controlar e cobrar resultados. Também parece mais fácil para municípios pequenos criar um ambiente em que todos se sentem responsáveis pelo aprendizado do aluno, inclusive as famílias. Sobral recebe apoio técnico e financeiro do Unicef. Apesar de ter médias altas no Ideb, essas cidades não são perfeitas. São Lourenço tem uma alta taxa de defasagem escolar, que aparece como distorção entre a idade e a série do aluno. Um terço das escolas de Lençóis Paulista não alcançou a meta ou teve queda no Ideb em 2011. Todas estão com médias muito baixas nos anos finais (6o ao 9o ano) do ensino fundamental.
Mesmo assim, de alguma forma e com muito esforço, esses cinco municípios encontraram um caminho. Ele tem mais a ver com a gestão da rede que com pedagogia, um dado relevante em tempos de eleições municipais. A receita milagrosa não existe. Essas cidades estão apenas fazendo, com mais eficiência, algo básico para que alunos como Pedro, de Sertãozinho, de classe média, e Vanessa, que estuda na periferia de São Lourenço e tem mãe analfabeta, tenham chances iguais de aprender. Que sirvam de inspiração a outras.
fonte: http://revistaepoca.globo.com/especial-cidades/noticia/2012/10/como-cinco-cidades-brasileiras-oferecem-educacao-de-qualidade-em-todas-escolas-da-rede-publica.html

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ideb e seus componentes: Escola José Ermírio de Moraes


Ideb e seus componentes: Escola Jose Ermirio De Moraes (EEF)

O Ideb é um índice resumido que deve ser detalhado para um perfeito entendimento sobre seu valor. Leve sempre em conta o crescimento, as metas atingidas e os componentes de fluxo e aprendizado
Ciclo:
Rede:

Ideb e seus componentes: fluxo e aprendizado


Ideb 2011
7.9
 
=
 
Fluxo
1.00
todos os alunos foram aprovados
 
X
 
Aprendizado
7.90
nota padronizada de português e matemática
EXCELÊNCIA
© Meritt

O que é o Ideb?

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado pelo Inep/MEC e busca representar a qualidade da educação a partir da observação de dois aspectos: o fluxo (progressão ao longo dos anos) e o desenvolvimento dos alunos (aprendizado).Saber mais

Metas e crescimento


Acima da meta
4%
acima da meta de 7.6 em 2011
Cresceu o Ideb
5%
cresceu 0.4 pontos percentuais em 2011
Evolução Ideb: Jose Ermirio De Moraes (EEF)Fonte: Ideb 2011 - INEPJose Ermirio De Moraes(EEF)Meta ProjetadaSobralSem Ideb para redemunicipalBrasil200520072009201120132015201720192021010-55Valor Idebportalideb.com.br

As metas são individuais?

Cada escola tem suas metas definidas individualmente pelo Inep e leva em conta o ponto de partida, ou seja, o valor do seu Ideb inicial. Saber mais

Sobre o gráfico

Para fazer o download do gráfico clique sobre o ícone  no canto superior direito. Para imprimir, use o botão 
Para você ver mais informações clique sobre o nome da escola, do município, estado, Brasil ou meta projetada.

Classificação do Ideb


EXCELÊNCIA
Cumpriu a meta
No ritmo esperado para 2011
Cresceu o Ideb
Ideb com tendência de crescimento
Ideb igual a 6
Valor igual a referência
Excelente trabalho! Essa escola atingiu a meta prevista para 2011 e teve crescimento no Ideb em relação a 2009. Além disso o Ideb é igual ou superior que 6.

A situação é boa e a escola pode ser vista como uma referência, porém sem esquecer do desafio de manter os indicadores.
Mais detalhes

Sobral conta com 27 escolas públicas de primeiro mundo



A Escola Raimundo Pimentel Gomes atingiu o maior Ideb da cidade. O acompanhamento dos alunos é feito dentro e fora do colégio, pelos pais e professores.
Sobral Localizada a 238 quilômetros de Fortaleza, este Município tem destaque nacional na Educação Fundamental do País. Um estudo coordenado pelo economista Ernesto Martins Faria, da Fundação Lemann, para o jornal O Globo, identificou que escolas trabalhando com alunos mais pobres conseguiram atingir Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) maior ou igual a 6, no 5º ano do Ensino Fundamental, que é considerado pelo Ministério da Educação como um padrão da nação desenvolvida. Das 84 escolas destacadas, 27 eram de Sobral. O estudo calculou o nível de pobreza de todas as instituições públicas do País.
A Rede Municipal de Ensino de Sobral obteve nota de 7,3 no de 2011, que avaliou alunos do 5° ano do Ensino Fundamental, em todo o Brasil. O resultado foi divulgado no último dia 14, pelo Ministério da Educação (MEC). O desempenho das escolas de da Princesa do Norte ficou acima da média do Ceará, que foi de 4,9, e, também, acima da média nacional, de 5,0.
De acordo com Assessoria de Imprensa da Prefeitura, das 35 escolas avaliadas pelo Ideb, 34 figuram entre as 100 melhores da região Nordeste, e nove delas estão também entre as 100 melhores do País. A avaliação do Ideb apontou a Escola Raimundo Pimentel Gomes (Caic), que alcançou a maior nota com 8,0, em quarto lugar na relação das melhores unidades do Estado. A diferença entre ela e a primeira colocada é de 0,1 ponto. Já no ranking nacional, a instituição aparece na 17º posição.
Conforme a avaliação do Ideb, na lista das dez melhores escolas municipais do Ceará, quatro são de Sobral. Além da Escola Raimundo Pimentel Gomes, integram a lista as escolas: José Ermírio de Moraes, em sexto lugar, com nota 7,9; Emílio Sendim, em oitavo lugar, com nota 7,8; e José da Matta e Silva, em nono lugar, com nota 7,8. O menor índice da rede municipal de Sobral (Escola Pery Frota) foi de 6,4, sendo ainda superior do que a média nacional.
Em 2009, a cidade de Sobral teve o maior Ideb do Estado. Neste ano, recebeu o prêmio Escola Nota Dez para 29 instituições públicas de ensino.
Trabalho
Para o secretário de Educação do Município, Júlio César Alexandre, essas premiações e menções são o reflexo do trabalho que vem sendo implantado ao longo da última década, tanto na sede do Município quanto nos distritos. Um dos pontos destacados como fundamentais é o trabalho em grupo. Não apenas o Município investe como também acompanha as melhorias.
De acordo com ele, todas as escolas da rede municipal de ensino possuem um padrão de qualidade. "Seja na sede do Município, distrito ou localidade, todas as escolas de Sobral foram muito bem. Das 41 escolas municipais, 35 foram avaliadas e apenas uma não se destacou", afirmou o secretário.
Dentro das escolas, cada diretor tem forte contribuição na qualidade do ensino. "O acompanhamento do aluno é feito de perto. Se ele falta ou não entrega a tarefa, o pai é acionado para que haja um diálogo entre aluno, professor e família", diz.
Investimento
Segundo as informações fornecidas pela Prefeitura de Sobral, será feito um investimento de R$ 70 milhões no Programa Escola Aprender Melhor. As ações são separadas em três vertentes: infraestrutura, valorização do professor e gestão focada em aprendizagem.
Com esse programa, estão previstas as construções de Centros de Educação Infantis, Escolas de Ensino Fundamental e quadras esportivas, além das ampliações e melhorias nas escolas já existentes. Haverá, ainda, a implantação da Escola em Tempo Integral, onde estão previstas as construções de duas unidades como projeto piloto.
A valorização profissional é um ponto importante para o secretário. "O último concurso público abriu vaga para 160 professores de Ensino Infantil e Fundamental. Além disso, a Prefeitura aumentou a gratificação por produtividade", destacou. Atualmente, o Município conta com 1.873 professores atuando na rede de ensino.
A estudante Maria Clara do Nascimento cursa o 5º ano do Ensino Fundamental e sua mãe, Lúcia Nascimento, está sempre atenta aos resultados das avaliações da filha. "Ela tem que manter as notas sempre acima da média. Olho todos os dias as tarefas de casa. Aqui, o acordo é o seguinte: estudo primeiro e diversão depois. Fazendo todas as tarefas ela pode ir brincar com os colegas", destacou.
Satisfação
Os operários José Luis Lopes e Maria Araújo Lopes têm dois filhos, ambos estudando em escolas destacadas como referência nacional. A mais velha, Maria Conceição Lopes, cursa o quarto ano e a mais nova, Maria Cristina Lopes, o segundo ano. De acordo com eles, é reconfortante a ideia de que suas filhas possuem um ensino de qualidade.
"Sempre estivemos muito apreensivos, pois sempre escutamos que apenas escolas particulares poderiam dar um futuro a nossas filhas, mas, com o destaque que as escolas delas estão recebendo, acabamos percebendo que, às vezes, há um certo preconceito de parte da população, que relaciona escola com status", disseram.

Fonte: Diário do Nordeste (31/08/2012